Só sei que nada sei e o fato de não saber me coloca em vantagem àqueles que pensam saber alguma coisa. (Sócrates)
No início de 2018, André Vieira morava no bairro da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. Músico profissional, com 10 anos iniciou os estudos com o cavaquinho tocando com grupos de samba da Zona Norte. Após começar a tocar violão e contrabaixo, acompanhou alguns nomes do samba, como Almir Guineto, Reinaldo e Arlindo Cruz. Aos 20 anos, trabalhou com o pianista Paulo “Kanec” Muniz (Herbie Hancock – Joe Pass) e com esse projeto gravou o disco Razões. Aos 22 entrou para a banda que acompanhava o grupo SampaCrewe lá ficou por quase 10 anos. Em 2014, começou a estudar piano, e passou a tocar como tecladista do Dom, Paulinho Lima, destaque do TheVoiceBrasil2014. Em 2015. assinou com aDomMusice lançou o trabalho solo Trocando ideia. Em 2016, venceu o festival do canal de internet Showlivrechamado ShowLivreDayPop,com mais de 600 bandas inscritas.
Ao morar em uma casa localizada na rua Virajuba, endereço bem conhecido da Vila Brasilândia, André conheceu “um mano”, que ele recorda que era o “quebra- galho” da rua e sempre estava disposto a consertar tudo dos vizinhos. André lembra, com bastante nostalgia, que esse vizinho sempre pedia a ele para que ouvisse sua música, mas que, por conta da falta de tempo, André nunca conseguia ouvir. Certa vez, em um domingo de manhã, André saiu de sua casa e encontrou o rapaz, chamado Emerson. Mais uma vez, o insistente vizinho pedia a André para que ele ouvisse sua canção. O músico lembra que, ao ouvir o “som” de Emerson, ficou “chapado”, pois percebeu que era uma música totalmente diferente do que ele imaginava… Pensava que ouviria um rap, mas ouviu uma canção sobre perseverança, sobre seguir em frente. Nesse dia, André descobriu que o “mano quebra-galho” tinha vários problemas com a ex-mulher e os filhos, além disso, o músico, ao conversar comigo por áudios no WhatsApp, também recorda que uma das coisas que chamou sua atenção foi o vizinho contar a ele sobre a força que buscava na música.
André relata que tinha planos para realizar uma parceria com Emerson, mas que desde aquele dia não viu mais o rapaz: “Eu falei pra ele: ‘a gente vai gravar isso aí, eu vou gravar para você, eu produzo… Você vai ter esse som’. Isso era uma ideia, de que eu fosse produzindo coisas, buscando artistas que estavam na periferia e não tinham condições de gravar e eu faria isso porque eu tinha um equipamento. Mas aí eu me lembro que, nesse dia, ele me disse que precisava ir pro interior, não lembro qual era cidade. E depois desse dia a gente não se viu mais. Passaram alguns dias e eu me mudei também dessa casa. E o contato físico se desfez”.
A partir daí, o músico ficou inquieto. Pensava em maneiras de alcançar mais artistas que morassem na periferia para mostrar o trabalho dessas pessoas. Ele lembra, com exatidão, que, dois dias depois de ter ouvido o trabalho de Emerson, foi pesquisar sobre como produzir um documentário. Surgia então a ideia do documentário que seria produzido em 2018, chamado Maiêutica.
A ideia para o título veio pelo interesse de André em filosofia. Ele recorda que começou a pensar sobre o que estava fazendo, o que buscava com o produto que estava produzindo e se, por meio do documentário, encontraria alguma resposta para o tema “Arte na Periferia”. No meio do caminho, compreendeu esse não era o objetivo do filme e que, na verdade, tinha a ver com levantar questionamentos: “Tudo o que é dito no documentário é muito mais sobre perguntas que não têm respostas, e que a gente vai buscar a partir delas, que vão gerar algumas outras respostas e provavelmente novas perguntas. Foi aí comecei a pesquisar bastante sobre essa questão da pergunta, o que é, onde ela leva… A gente sempre espera pela resposta e não pensa que a gente está perguntando errado”.
Apesar de não ter um profundo conhecimento na área da Filosofia, André começou a entender o conceito de pergunta dentro desse campo. Pesquisou sobre o filósofo grego Sócrates, que não acreditava que uma ideia era absorvida por meio da escrita, mas por meio do diálogo e do questionamento. Sócrates era filho de uma parteira, por isso, desde cedo via os partos ocorrerem. Assim, o filósofo usou o termo maiêutica para o conceito de parir ideias, dizendo que paria ideias a partir dos questionamentos. “Achei isso muito interessante. Essa é a tônica do documentário, a gente tinha as respostas por meio de todos esses questionamentos que estão rolando lá”, explica André.
Ele ainda conta que passou por inúmeras dificuldades durante a produção do documentário, mas, principalmente, relacionadas a falta de dinheiro e de equipamento.
“É aquele caminho do dinheiro, do conhecimento, dos contatos, pois eu sempre trabalhei com música… não imaginava fazer nada cinematográfico, apesar de sempre gostar, de sempre observar fotografias nos filmes, de continuidade, roteiro… Eu estudei teatro também, então isso me dava uma visão mais aberta sobre essas coisas. Mas, as dificuldades foram muito mais de grana e tempo”, confessa. André ainda ressaltou que as gravações do documentário tiveram início em 2018, mas que o material, que tem aproximadamente 50 minutos de duração, só foi finalizado em 2019, por conta desses obstáculos.
Maiêutica também tem uma trilha sonora, que foi lançada em 2019, com o título In-Consciência. André recorda com carinho como a ideia para a trilha surgiu. “Eu queria muito que o documentário tivesse uma trilha que pudesse andar independente a ele também, então, foi por isso que quando eu a compus passei o documentário várias vezes sem som só ouvindo o que as pessoas estavam dizendo para tentar extrair alguma coisa que eu sentisse como fruto daquilo, fruto daquelas palavras e que pudesse andar independente, sabe?”. As faixas contam com a participação de MCs do Grande ABC e da capital paulista.
Diante desse projeto e de toda experiência adquirida com ele, pergunto a André se ele acredita que existem diferenças entre o que é chamado de cultura periférica e cultura não periférica. Ele responde rapidamente que acredita existir diversos fatores que fazem com que o conteúdo produzido nas periferias seja diferente do que o que é produzido fora. “A primeira razão é, obviamente, o ambiente. Já faz com que os meios que você busca sejam outros porque, pessoalmente, quem está aqui começa do zero, com nada, e nada é nada. Nada, sem dinheiro, nada, sem contato, em nada, sem conhecimento, sabe? Aí, gera um buraco muito grande até a gente alcançar algo, né?”. Ele ainda apontou a presença da violência policial como fator que dificulta a produção de conteúdo por quem mora na periferia: “Para quem não tem tempo, pra quem pode ser morto a qualquer segundo, pode ser prejudicado de alguma forma. Quem mora na periferia pode ser morto pela polícia ou pelo ladrão. Pode acontecer muitas coisas, então acho que esse tempo que a gente perde prejudica muito de várias formas”.
Além da violência policial, outro problema que as pessoas que moram nas periferias sofrem são os estereótipos. Um estudo produzido pelos pesquisadores Denis Naiff e Luciene Naiff, por meio de entrevistas com 152 estudantes universitários, revelou que, ao ouvirem a palavra favela, as palavras que mais vinham às mentes deles eram: tráfico de drogas; pobreza; falta de moradia; fome; desigualdade social; violência; discriminação e sem opção. Cada vez mais trabalhos como o realizado por André são importantes para mostrar que a favela não é só isso. Não é nada disso.
Ajudar nunca é demais,
A sua parte você faz.
Ajudar nunca é demais,
Nunca é demais
Ajudar alguém que possa precisar.
Solidariedade – Lado Obscuro)
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“Acredito que existem várias culturas da periferia. O que ocorre é uma apropriação cultural por causa da questão financeira que atinge muitos grupos, porém, muitos resistem e persistem. Agora quanto a cultura hip-hop a resposta é a mesma: é uma cultura de periferia que representa a periferia, mas que, com injeção de dinheiro encontra-se uma parte da cultura que faz o trabalho sem tanto compromisso. Por estar na mídia, muitas vezes aparece como sendo o direcionamento do movimento e isso não é verdade. Quem está na mídia é uma parte bem pequena de um todo, de um movimento gigante e de nível mundial que é o hip- hop”, assim Sonéca começa a nossa conversa pelo WhatsApp, expondo suas opiniões sobre a cultura na periferia.
Formado em Ciências Sociais, o músico, militante do movimento hip-hop, rapper do grupo Lado Obscuro e proprietário da Produrap, conta que a produtora foi criada “a partir da identificação da dificuldade de grupos de rap que são de militância e têm um ótimo trabalho de conscientização e qualidade, mas que não têm espaço na mídia”.
Ao lado do seu sócio, Luciano (Magraum), Sonéca fez diversos cursos de edição de vídeo para se profissionalizar. Enquanto Luciano é o beatmaker responsável pela parte sonora da produtora, bases, e gravações, Sonéca cuida da parte de vídeo.
O artista lembra que o rap sempre esteve presente em sua vida, mas que, a partir de 1994, começou a frequentar eventos, curtir mais de perto as músicas e a ouvir o projeto Rap Brasil, do apresentador Armando Martins, que deu grande espaço para os grupos de rap da época. Já em 1998, ele fundou o grupo Lado Obscuro.
Além disso, Sonéca foi o responsável por desenvolver o design do site de sua produtora e produzir alguns videoclipes. Ele se descobriu como produtor de vídeos por conta da necessidade e buscou especialização. “Havia um projeto de gravação de vídeos na Ação Educativa. Lá eles emprestavam a câmera para grupos que estavam participando das atividades. Devido à dificuldade na época de pagar para fazer um videoclipe, me cadastrei e peguei a câmera emprestada pra gravar as cenas”, conta.
Sonéca recorda que as primeiras captações para os videoclipes da produtora foram gravadas por um de seus amigos, Derick, que editava os vídeos. Sonéca então conversou com Val, um amigo que trabalha com edição de vídeos. “Ele me ajudou muito, mas como o Derick também tinha muito trabalho de edição, resolveu me ensinar a editar pra que pudesse adiantar o serviço. Aprendi e a partir daí fiz cursos, me aprimorei e hoje faço edições por conta. Mas, claro, muito grato aos que me ajudaram no início”, conta.
Para o produtor, existem vários desafios em se produzir um videoclipe de rap.Além do tempo de produção de um vídeo, que, normalmente é de um total de cinco a seis meses no caso de uma música já gravada, desde a produção de um roteiro até o momento de edição e pós-edição, existem outras questões: “no passado era ainda mais difícil, pois não tínhamos equipamentos à disposição como temos hoje. Esse trabalho de vídeo só podia ser feito por grandes produtoras. Hoje está mais fácil, sendo necessário ter uma boa câmera, um computador com placas de áudio e vídeo boas e conhecimento técnico para captar e editar imagens, ter a música gravada com boa qualidade e fazer a junção dos materiais. Por isso, um bom videoclipe, mesmo estando mais acessível, necessita de uma produtora, mesmo que pequena.
Temos ótimas produtoras na periferia cobrando um preço justo para a produção dos clipes. Qualquer pessoa pode editar, mas sugiro um curso para isso, embora existam clipes feitos com celular que podem não alcançar a mesma qualidade que os vídeos mais planejados.”
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Aonde já se viu, filhos de empregados sentar na mesa dos patrões. A pessoa já nasce sabendo o que pode e o que não pode. (Filme: Que horas ela volta?)
Qual é a sua relação com a periferia? Pergunto a Peu Pereira, durante entrevista por e-mail. A resposta do documentarista que já produziu inúmeros curtas-metragens de ficção, além de videoarte e outros filmes, é bem simples: “a relação da grande maioria no país: de falta de acesso, poder aquisitivo baixo e uma escola com um projeto de governo muito precário. Você fica 10 anos esperando chegar à linha de metrô e não chega, e fica 20 anos esperando ter acesso às universidades públicas. E nesse meio tempo em que a gente luta, nós vamos fazendo samba, poesia, documentários, melhorando nós mesmos a escola”.
O documentarista sente orgulho ao dizer que está diretamente envolvido com a temática da produção artística da periferia. Para ele, esse processo de produção voltado a esses locais, geralmente, tem início com o convívio nesse meio. “Vendo tudo o que está acontecendo, os projetos novos, a cena acontecer. Há sempre uma necessidade de tentar entender o que está havendo, de fazer uma reflexão. Meus documentários, geralmente, tratam de refletir o que a produção artística está fazendo no tecido social. Mas também de mostrar esses eventos acontecendo, sua energia e emoção”. Peu Pereira é diretor das obras Panorama arte na periferia, de 2007, A periferia é o centro, de 2012, Panorama arte na periferia II, de 2019, entre outros trabalhos que podem ser vistos em seu canal do YouTube.
Peu ainda fala sobre a atual situação na saúde mundial e sobre a importância do cinema nesse momento. “Está muito difícil manter a sanidade mental, conter a ansiedade ou a depressão. A falta de convívio me afeta muito. E com tudo isso de mentira e fake news que temos agora, isso realmente mudou tudo, quero dizer…é preciso pensar diferente, entender como dispor os argumentos diante de tanta desinformação.
Por isso mesmo, mais do que nunca, nosso trabalho é necessário. Então as ideias surgem da necessidade de contar as histórias e, as vezes, também quando a realidade começa a parecer ficção. Como diria Eduardo Coutinho: ‘quando a realidade parece ficção, é hora de fazer documentário’”.
Durante a pandemia, o documentarista sofreu muito com a depressão, por isso não realizou muitos projetos. “Agora, sete meses depois, que estou voltando para a vida. Tive processos muito difíceis nesse período, a fome assombrou de novo. Fiz entrega de 100 cestas básicas e me movimentei como pude. Mas em maio eu caí. E demorei três meses pra sair da cama. O que estamos passando nesse momento do país e do mundo é grave. Eu podia fazer parte dos mais de 140 mil mortos durante essa pandemia. Mas estou aqui. Talvez eu faça algum trabalho sobre saúde mental nos próximos meses. Mas, por hora, estou me concentrando para ter saúde e me manter vivo,” diz emocionado.
O artista lembra que a ideia de produzir conteúdo voltado às periferias surgiu em 2005, quando ele estava conhecendo diversos lugares, movimentos e pessoas em comunidades da Zona Sul de São Paulo. Entre os diversos movimentos nos quais teve contato, estão o Sarau do Binho e a Cooperifa. Surgia então a ideia de mostrar às pessoas tudo o que ocorria por lá. Foi então que Peu pensou em produzir um documentário. Já havia feito oficinas de cinema, mas nunca tinha feito um filme. Ele lembra detalhadamente de como esse processo ocorreu: “Achava esse filme tão necessário que comecei a falar disso: ‘vou fazer um filme sobre a cena cultural da quebrada’. Então, apliquei para o Programa VAI e fui contemplado com o edital em 2006. Começamos a registrar a cena artística pulsante que estava rolando no ano. Gravamos por oito meses e ficamos mais quatro meses editando. O processo resultou no documentário Panorama: artenaperiferia.Foi um sucesso. O filme a quebrada e o mundo.”
O documentarista relata que tem diversos produtores como inspirações. “Gosto dos documentários dos cineastas Werner Herzog e João Moreira Salles. Mas temos trabalhos de pessoas que estão na correria há algum tempo como: Andrio Cândido, Thais Scábio, Eliza Capai, Ricardo Saito, Daniel Fagundes, Jéssica Queiroz e uma porrada de gente que não vou conseguir mencionar agora. O filme que mais gostei ultimamente foi Que horas ela volta, da cineasta Anna Muylaert”.
Apesar de produzir conteúdo voltados à periferia, Peu é categórico ao falar sua opinião sobre o conceito de cultura periférica. “Não acho que existe algo como cultura periférica ou de periferia, existe cultura e ponto”. Para ele, essa ideia surgiu a partir da televisão, que sempre mostrou a cultura de uma classe média branca: “A gente nunca se identificou com isso. Repara que o Zorra Total [humorístico da Rede Globo] é feito com o que tem na periferia, seu jeito, sua condição, seus estereótipos. Repara que nas novelas a gente aparece lá, como ‘barraqueiro’, gente que não leva desaforo pra casa, gente briguenta. Então a elite sempre usou nossos estereótipos para caçoar e fazer comédia.
Lembra os filmes da Disney com aquelas danças engraçadas? Aquelas danças existem lá na África. Aquilo é resultado de viagens e pesquisas. Agora quando nossa arte emerge, é potente e manifesta, aí não pode ser qualquer coisa, porque não é reconhecido. A nossa arte sempre foi o que gerou audiências, identificação popular e perseguição: samba, capoeira, hip-hop, rap, funk e por aí vai. Então, nesse sentido, penso que temos uma identidade”.
Quando pergunto sobre como as pessoas recebem o conteúdo que ele produz, a ideia de representatividade se sobressai: “As pessoas gostam de se ver na tela, gostam de ver que estão contando sua própria história, com suas palavras e seu jeito.
É um jeito de se autor reconhecer na importância histórica que todos nós temos durante nossa passagem. Há orgulho e admiração, porque quando falamos da periferia, falamos de todas as coisas boas que temos, que somos nós, nossas relações, amigos e familiares. Reclamamos muitos direitos, mas ressaltamos a beleza do samba que toca no campinho da quebrada. Então quando as pessoas veem seus filhos, amigos e parentes contando suas histórias é um momento de ressignificação, de reencontro. Um momento em que a gente se afirma e se valoriza”.
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Hoje somos iguais e maiores também. (Música-tema: Graffiti Dança)
“Eu acho que uma das coisas que eu posso falar e que também atrapalha bastante é o acesso ao dinheiro. Uma das coisas que a arte periférica tem muito mais dificuldade é o acesso ao dinheiro público ou dinheiro de grandes empresas para produzir a nossa obra. A arte, que não é periférica, é uma arte de centro, por exemplo : na nossa área quando você fala ‘arte’, está trazendo isso para dentro do audiovisual”, responde o roteirista, diretor e produtor executivo Gilberto Caetano, sobre as diferenças entre a arte periférica e a arte não periférica. Durante uma noite de quinta-feira, conversamos a respeito de suas opiniões e produções relacionadas ao cinema das periferias.
Gilberto é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Além disso, se especializou em Roteiro Cinematográfico pela Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André (ELCV) e é sócio-diretor da Cavalo Marinho Audiovisual, ao lado de Thais Scábio. Ele também é produtor executivo de diversos trabalhos, como os curtas-metragens GraffitiDança,BarcodePapel e Caixad’água. Gilberto também assina como diretor, criador, roteirista e diretor geral da websérie Terrorem1Minuto, que ganhou diversos prêmios.
GrafittiDança é um curta-metragem o qual a ideia foi proposta pelo Rodrigo Eba, “um grande parceiro”, diz Gilberto quando pergunto sobre como surgiu a proposta do curta, lançado em 2013. A obra traz uma reflexão sobre a importância do graffiti na cidade de São Paulo.
Já sobre o curta-metragem Caixad’água, Gilberto lembra que a produção foi inteiramente gravada em Diadema, cidade onde ele sempre morou. Algumas cenas internas foram gravadas no bairro Serraria e outras tiveram como cenário de fundo a rodovia Imigrantes. Ele recorda que a colega Thais,que dirigiu o filme junto com ele, queria que a produção tivesse alguma referência nessa periferia, de um símbolo que fosse bastante conhecido na região. Ganhou os prêmios de “Melhor Filme Infantil” na 13ª Goiânia Mostra Curta, finalista “Histórias curtas” no Festival Internacional de Cinema Infantil 2013 (FICI), além d e “Melhor roteiro” e “Atriz infantil” no Prêmio Plinio Marcos de Cultura/2013.
Outra produção que o diretor conta ter bastante orgulho é a websérie Terrorem1Minuto, que está disponível no YouTube: “Tem alguns episódios que são bem interessantes e que eu, particularmente, gostei de produzir e de fazer parte.”
Gilberto relata que a websérie surgiu a partir da percepção de que demorávamos muito para produzir um curta de um filme para o outro. “A gente demorava em média uns dois anos na produção de um curta pro outro. E a gente queria produzir coisas mais rápidas. É mais ou menos essa a nossa proposta, porque, além de economizar tempo, a gente consegue economizar também deslocamento de equipamento. Então sempre produzimos de três a quatro curtas em um dia só.”, comenta.
Com alguns prêmios no currículo e histórias para contar, quando pergunto a ele qual é o seu maior sonho, relata: “Sonho que o artista consiga viver dignamente daquilo que produz e não a duras penas sobreviver”, conta esperançoso.
Crédito das fotos: Adobe Stock
Capítulo do livro-reportagem: A Vivacidade da Perifa, TCC de 2020