A adaptação do jornalismo em tempos de Coronavírus

publicado na Ed_14_jan/mar.2020 por

O Coronavírus está entre nós, por enquanto. Uma realidade que passamos a observar de nossas casas, através de boletins diários de notícias referentes a essa pandemia, que tem se alastrado por diversas partes do mundo e causado a morte de milhares de pessoas.  

Para melhor se adaptar a essa nova situação imposta pela doença, temos convivido com mudanças. Seja realizando o trabalho de modo remoto (o famoso home office) ou aproveitando mais o tempo livre para ficar ao lado da família ou de quem necessita de nossa ajuda. O fato é que agora estamos tendo mais tempo livre para fazer outras atividades que a rotina não nos permitia tanto, inclusive consumir conteúdo. 

Em partes, esse período veio bem a calhar justamente para nos abastecermos de informações e adquirir conhecimento de outras formas, por meio de cursos online, webinários educativos, no YouTube e nas demais plataformas digitais, sem falar nos diversos sites de pesquisas que ajudam a costurar inúmeras histórias.

Contudo, o que tem chamado a minha atenção nesses últimos dias é o que vem acontecendo na programação das principais emissoras do país com as constantes mudanças de atrações, tanto no entretenimento quanto no jornalismo. 

No esporte, por exemplo, é numerosa a quantidade de programas, quadros e até jogos, de décadas passadas, que estão sendo retransmitidos por canais abertos e fechados, como forma de trazer distração aos mais eloquentes fãs de esportes e, ao mesmo tempo, tapar a grade que até uns meses, antes de ser interrompida pelo surto da doença respiratória, era ocupada por atrações inéditas e ao vivo.

Ao assistir desde um São Paulo versus Athletico Paranaense, pelo jogo de volta da final da Copa Libertadores da América de 2005, até a estreia da Seleção Brasileira contra a antiga União Soviética, pela Copa do Mundo em 1982, na Espanha, a sensação que dá é a que estamos sendo teletransportados para alguns dos momentos mais notáveis vividos pelo esporte brasileiro.

Além desse revival que tem sido prazerosamente nostálgico para muitos, o jornalismo de agora também tem se mostrado adaptável, ao trazer novos conteúdos para seus públicos.

No último domingo à noite, enquanto ouvia ao “Fim do Expediente” da rádio CBN, que estava entrevistando o ex-jogador e hoje dirigente do São Paulo Raí, um dos apresentadores, o Dan Stulbach, que estava longe do estúdio onde costuma ser feito o programa, afirmou aos ouvintes que estava se comunicando por meio de um aplicativo. Prova essa de que, para levar um conteúdo original e atrativo, vale o uso da tecnologia para tentar driblar qualquer adversidade, até mesmo um vírus.

E assim como Raí dissera durante o dominical noturno, aproveitaria o gancho do antigo meio-campista para reforçar que não apenas o futebol como também o esporte, o jornalismo e seus profissionais sempre terão um papel importante no âmbito social, econômico e político. Pois de certa forma, eles já estão sentindo os impactos causados pela pandemia, mas reagindo à altura e sem sombras de abatimento. 

E enquanto o Coronavírus não se dissipa por completo, vamos continuar brindando essa oportunidade de ver o novo concedendo o lugar às antigas, porém respeitadas e saudosas transmissões que nos trazem de volta alguns dos recortes memoráveis da nossa própria história.

Crédito imagem da capa: Pixabay License

█ Publicação original do Portal Imprensa
█ Autorizado pelo autor em 09/04/2020

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