Jornalistas Livres

publicado na Ed_07_abr/jun.2018 por e

A partir de março de 2015, depois de mais um período de estudos em Portugal, onde fizemos e expusemos um protótipo das cruzes duplas que formariam a exposição “Bendito o Fruto”[1], voltamos ao Brasil e nos somamos ao coletivo Jornalistas Livres, como forma de contribuir com as novas narrativas sobre o Brasil, que a grande mídia não publica por falta de capacidade e/ou interesse político-ideológico. Diferente de coletivos como a Mídia Ninja (a qual também vimos nascer nas Jornadas de Junho de 2013, devido aos contatos que temos com alguns de seus idealizadores, como Bruno Torturra e Lino Bocchini), no qual a autoria dos trabalhos é coletiva, no Jornalistas Livres podemos manter nossa independência de projetos, parcerias antigas, nosso modo de produção e, ao mesmo tempo, conquistarmos uma visibilidade até então inédita para nossos trabalhos jornalísticos e documentais. Um dos exemplos é a matéria de cobertura[2] da exibição do filme “Sabotage: O maestro do Canão”, promovida pelo CineB, do bom amigo Cidálio Santos, em pleno fluxo da Cracolândia, no Centro de São Paulo.

Mulher grávida mostra pedaço de bomba de gás lacrimogêneo, atirada pela PM a centenas de metros de distância, que furou o teto de sua casa na comunidade da Glória enquanto alimentava a filha pequena
(Uberlândia – Minas Gerais, 2017)

Com mais de um milhão de “Like” no perfil do Facebook[3], além do site em que são publicadas as matérias maiores[4] e da página no Twitter[5], o alcance é incrível. Nos 28 dias entre 20 de março e 16 de abril de 2017[6], por exemplo, a página de Facebook dos Jornalistas Livres teve 246 publicações, 115.084 visualizações, 34.435 “Like”, alcançou 20.938.317 pessoas, recebeu 7.156.708 interações e obteve um total de 7.414.031 visualizações de vídeo. Apenas para efeitos de comparação, o documentário “América Minada” foi visto 872 vezes no canal de Youtube da Agência Pública[7] em cinco anos, enquanto um vídeo recente da MediaQuatro, publicado diretamente na página de Facebook dos Jornalistas Livres, mostrando o ataque que a Tropa de Choque da PM de Minas Gerais fez sobre a comunidade do Glória[8], teve 6,6 mil visualizações em duas semanas. Já o vídeo sobre a violência da polícia do Distrito Federal[9] contra manifestantes em um ato por eleições diretas em maio de 2017 foi assistido por mais de 12 mil pessoas. Uma das imagens feitas nesse dia pela Maria Eugênia ilustra a capa desse livro.

Em quase três anos, a MediaQuatro produziu cerca de 50 matérias especiais para os Jornalistas Livres, quase todas com vídeos, sem contar a infinidade de postagens (com ou sem vídeos) realizadas apenas para o Facebook. Contribuímos, ainda, com edição e publicação de um sem-número de outras matérias realizadas por parceiros e colaboradores eventuais. Entre as reportagens de maior impacto estão a cobertura continuada sobre a então maior ocupação urbana do Brasil, com 2.350 famílias, a Élisson Prieto, antiga Glória, em Uberlândia[10] (atualmente o número foi superado pela ocupação do MTST em São Bernardo do Campo, que também tem cobertura dos Jornalistas Livres[11]), e as coberturas dos dois protestos contra a PEC dos Gastos, violentamente reprimidas pela polícia em Brasília[12]. Além dessas, realizamos várias coberturas de manifestações contra e a favor dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer[13].

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[1] Disponível em: <http://cleaecia.com.br/o-olhar-de-ge/bendito-o-fruto-cruz-de-cada-um-nos-maus-habitos/#.WXfhQbzyuRs>. Acesso em: 25 jul. 2017.

[2] Disponível em: <https://medium.com/jornalistas-livres/um-bom-lugar-c45f5df44b4>. Acesso em: 3 jun. 2017.

[3] Disponível em <https://www.facebook.com/jornalistaslivres>. Acesso em: 16 abr. 2017.

[4] Disponível em: <https://jornalistaslivres.org/>. Acesso em: 16 abr. 2017.

[5] Disponível em: <https://twitter.com/j_livres>. Acesso em: 16 abr. 2017.

[6] Disponível em: <https://www.facebook.com/jornalistaslivres/insights/>. Acesso em: 16 abr. 2017.

[7] Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=biMbDnBfcnM&feature=youtu.be>. Acesso em: 16 abr. 2017.

[8] Disponível em: <https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/505036776286871/>. Acesso em: 1º out. 2017.

[9] Disponível em: <https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/539460212844527/>. Acesso em: 1º out. 2017.

[10] Disponíveis em: <https://jornalistaslivres.org/2016/07/desocupacao-do-gloria-pode-gerar-mortes-e-caos-urbano-em-minas/>, <https://jornalistaslivres.org/2017/02/gloria-um-passo-da-solucao-ou-nao/> e <https://jornalistaslivres.org/2017/02/pm-e-quase-certeza-que-reintegracao-ocorrera/>, além dos videos <https://www.youtube.com/watch?v=CE2CBOXjxUs> e em <https://www.youtube.com/watch?v=t99LqYNCkZA>. Acessos em: 16 abr. 2017.

[11] Disponível em: < https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/609929145797633/>. Acesso em: 1º out. 2017.

[12] Disponíveis em: <https://jornalistaslivres.org/2016/12/cronica-de-um-dia-tragico-em-brasilia/> e <https://jornalistaslivres.org/2016/12/13-de-dezembro-de-2016-o-comeco-do-fim-do-mundo/>. Acessos em: 16 abr. 2017.

[13] Alguns exemplos estão disponíveis em: <https://medium.com/@viniciussouza_68351/um-dia-ruim-para-os-neg%C3%B3cios-54c99278e5cb>, <https://medium.com/jornalistas-livres/marcha-f%C3%BAnebre-permanente-b8fc247af349>, <https://www.mediaquatro.com/single-post/2016/04/19/O-que-vem-por-a%C3%AD>, <https://www.mediaquatro.com/single-post/2016/05/09/Mineiros-denunciam-golpe-na-passagem-da-Tocha>, <https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/493413377449211/?hc_ref=PAGES_TIMELINE> e <https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/496784190445463/?hc_ref=PAGES_TIMELINE>. Acessos em: 16 abr. 2017.

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Legenda da capa: Secretário de Direitos Humanos de São Paulo e ex-senador Eduardo Suplicy no “Fluxo” da Cracolândia, em São Paulo (2015)

Crédito das imagens: Autores

Capítulo do livro:Jornalismo independente do analógico ao digital: 15 anos da MediaQuatro

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